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quarta-feira, 30 de março de 2011

A viagem VIII

“Em meio a tantos abraços e beijos, eu vi a moça encostada na porta que dá acesso a casa da senhora.
A senhora é sua mãe e também estava por ali. A vi sentada num sofá. Conforme as pessoas se movimentavam, vi que ela se levantou, mas foi até sua cozinha. Sua casa é bem interessante. Na entrada há uma espécie de sala de estar e apenas uma bancada divide a cozinha.
Por hora, ela andou e ficou por detrás da moça e meu olhar se voltou para ela. Seu cabelo estava liso e ela estava com roupa de festa. O tempo parou naquele instante. Ela me deu sua mão direita. Enquanto nossos dedos se tocavam, um filme foi passando e me surpreendi com tudo aquilo. Nossa história é linda de ser contada e me faz chorar vivê-la. Tudo foi tão perfeito. Quando cheguei mais perto, senti seu cheiro. Quando coloquei a cabeça no seu ombro, não ouvi mais nada. Apenas um “ruído” que parecia a gritaria pela felicidade daquelas pessoas em me verem. Gentilmente eu passei a mão em seu rosto e disse “tem farelo de pão. Deixa eu limpar”. Uma lágrima desceu. Confesso que nunca quis te fazer chorar, mas que aquela única lágrima fez seu mundo fundir ao meu quando tocou minha mão.
Depois de apenas 15 segundos passados, senti algo muito gelado na minha mão. A senhora estava com um picolé na mão. Um picolé de limão. Percebi, portanto, que todos me enganaram. Minha surpresa voltou contra eu mesmo. O surpreendido era eu. Gosto de pensar que quando três pessoas se encontram, elas simplesmente se reúnem para bater um bom papo. Isso não faz parte da minha rotina, mas faz parte da rotina daquelas pessoas. E agora sim, da minha rotina também.
Abracei a todas as pessoas, dos menores aos maiores. No final, eu beijei a moça.”

Um comentário:

  1. Muito lindo seu blog, parabéns, os seus textos, nem se fala, os mais bem escritos!!

    Sucesso, meu bem!!
    Beeeeijo's

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