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quarta-feira, 9 de março de 2011

A viagem IV

“Depois de tantas horas de viagem, eu vejo algumas casinhas atrás das árvores. Árvores que se confundem com as plantações. Por ora desce uma lágrima que representa uma conquista: eu estou de volta.
Desci do ônibus e estou bem no trevo, perto de onde numa outra oportunidade caí de moto com um grande amigo. Foi ótimo, pois nada nos aconteceu, só nos serviu pra dar boas risadas e servir como história daqui a alguns anos em qualquer mesinha de bar.
Chega de lembranças. Que tempo maluco o daqui. Fazia friozinho de arder os lábios há pouco, mas acho que o frio vinha do ônibus. Não gosto muito de ar condicionado. O sol estava abrindo timidamente e era o momento estava ideal, como num filme. De qualquer maneira, ainda bem que estou sem casaco, pois a mala está bem pesada e eu estou andando bem rápido pra encontrar alguém especial. Apesar de estar bem do lado da sua casa, fui ver outra pessoa especial que estava no hospital.
Logo que cheguei a vi, mas ela não em viu. Dei sorte de estar no trabalho dela num dia de plantão. Cheguei na recepção disse que a conhecia. Bati em seu ombro reclamando de uma dormência na cabeça. Quando me viu foi uma reação mútua de felicidade. Normalmente eu me sentiria envergonhado por estar recebendo tanto abraço de alguém, mas não com aquela pessoa a quem um dia eu chamei de mãe, mas sei que no fundo era minha irmã também. Protetora que só ela, foi logo perguntando se eu estava com fome. Na verdade eu estava, pois minha última refeição tinha sido um pedaço de pastel há umas 4 horas, mas eu menti. Preferi contar como foi a viagem e me despedir, pois uma casa cheia de crianças e pessoas, todas amáveis, me esperava.
Ao sair do hospital ela gritou que eu era maluco. E eu pedi desculpa.”

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